sábado, 29 de novembro de 2008

Creme de Leite não passa no vestibular

Você dorme nervoso. Acorda algumas vezes durante a noite achando que perdeu a hora, olha o relógio e ainda são três horas da madrugada. Então você vira para o canto e tenta descansar. Seis horas seu relógio toca um pouco mais cedo que o habitual, mas você quer acordar melhor e ficar mais relaxado.

            Toma um banho, um café reforçado (na verdade tenta comer porque o nervosismo às vezes atrapalha) e se arruma.

            Volta pro quarto, senta em cima da cama e fica esperando o seu pai se arrumar pra te levar. Enquanto isso você observa aquela pilha de apostilas no canto do quarto e fica imaginando se alguma coisa que está ali você não estudou ou provavelmente já esqueceu, na melhor das hipóteses, você aprendeu, mas esquecerá durante a prova.

            Seu pai te chama. Você sai de casa, entra no carro. E toma um rumo. É dia de vestibular.

            Chegou ao local da prova, fica com medo de ficar sozinho e sentir mais nervoso. Por sorte o povo da sua sala está todo junto, conversando e cada um fazendo piadinhas sobre si mesmo para tentar fingir que não está nervoso, e parecer seguro. Tudo mentira, mas a gente finge que acredita.

            Entram todos para fazer a prova. Acontecem os procedimentos padrões de uma prova, e depois de um tempo a mesma já está na sua frente. E é nesse momento que aquilo acontece.

            Simplesmente, tudo evapora. TUDO. Você vê que todos estão fazendo a prova e você ainda ta pensando se vai chover à tarde. Até que você começa a ler a prova e vê que tudo está perdido. Faz umas duas ou três questões de cada, chuta algumas, deduz outras, até que seu saco enche e você quer sair desse pesadelo. Você entrega a prova.

            Na saída, encontra todos seus amigos de novo. O que é legal, porque depois dessas provas, até os cdf’s falam que se ferraram. Ainda acho que é pra manter o jogo no meio fio, se eles forem bem: “caralho, dei muita sorte”; se for mal: “ah, fiz chutando mesmo...”. Isso acontece às vezes, só às vezes (nesse ponto você finge que acredita de novo).

            Você tem aquela sensação de que se ferrou. Entra no carro do seu pai, e a primeira pergunta feita: “como foi?”. Você diz que foi mais ou menos, mas que não sabe direito.

            Passam algumas semanas e você descobre que não passou. Então do nada, o mundo vira vestibular. Andando na rua, você vê uma calça, pergunta quanto custa e respondem: “você não passou no vestibular”. O que é muito motivador.

            Seus pais, aqueles que seus amigos adoram, que são super-compreensíveis, começam a dizer coisas horríveis pra você: “você só estuda, tinha que ter passado”; “devia ter feito você trabalhar desde pequeno, agora fica ai, fazendo essas provas que não dão em nada.”... daí pra pior.

            E o que acontece com você? Bem, a auto-estima vira baixo-estima. E você vira a maior merda do mundo. Como se todo seu esforço não valesse a pena e como se não tivesse adiantado anos de estudo.

            É, pais nem sempre sabem lidar com isso. O que é horrível. Eu já me coloquei no lugar dessa história, e não adiantam conselhos nessa hora. Podem falar pra você: “mas você é inteligente, esperto, tem potencial..” que não adiantará. A merda não sairá de você. Às vezes o tempo cura isso, às vezes horas de choro. Às vezes uma conversa com um amigo. Não sei.

            Eu sei que o vestibular quando tido como fracasso pode afundar qualquer um. Eu não sou o Titanic, mas sei bem o que é isso (y).

 

Ô uô... listen to the music: paisagem da janela – lô borges

           

Adeus ;*

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

"Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia..."

O Tempo passa e a gente não percebe. Clichê que é a mais pura realidade. Queria poder parar no tempo, quem sabe assim poderia segurar na minha vida tudo aquilo que eu amo. Pois quem ama, tem medo de perder. E eu odeio perder.

Esse foi o meu último ano de Colégio Dom Bosco. E depois que as aulas acabarem de vez e a formatura passar, cada um vai para um canto. Provavelmente vamos prometer uns aos outros que conosco será diferente. Que vamos nos encontrar sempre que der. E esse sempre que der, provavelmente, se transformará em dias, meses, anos sem ver aquele velho conhecido. É fato que vamos nos separar.

O triste é que, por mais que às vezes seja difícil conviver, nós passamos horas juntos naquela mesma sala quase todos os dias.

Só de pensar que nunca mais vamos viver nesse ambiente que vivemos hoje, me dá um aperto.

Juro que vou sentir falta até dos puxões de orelha do Noeli por atraso.

Arraiá do Boscão? Nem se fala. Montar barraca, vender ingressos... Andar pela festa com a camisa da nossa turma... É, pena que não existe algo além do “Terceirão” na escola.

As bobeiras em sala de aula.. as piadas internas e idiotas! O povo irritando os professores! Quem vai esquecer do Zair zoando a Mônica no primeiro ano? Ou do Cabral com suas crises de riso pós-bola fora? Ou do Meneguese zoando o Hugo na aula do Freiman? Quem vai esquecer da galera do fundão que jogava adedanha nas aulas do Paralovo? Impossível esquecer do dia em que o Digão tirou a Thaís! Despedidas como a da Nathalia e do Eduardo na oitava série, ou mesmo a da Tata esse ano! Quem não lembra da Stefânie e a sua tabela periódica de biscoitos?

A gente tem tanta coisa pra não esquecer dessa escola! Sério, eu posso dizer tranquilamente: os melhores anos da minha vida, eu vivi ali!

Essa semana teve o último sábado família, e tirando as contusões e as queimaduras, foi perfeito. Não por ser um sábado família, mas sim, por ter sido marcado como o último.

E o aperto hoje está enorme. Porque hoje foi o penútlimo dia oficial de aula, e amanhã será o último. Quer aperto maior do que o Zair e o Marquinhos se despedindo da gente?

Sabe último capítulo de novela, que tudo ta acabando e tomando um rumo pro final feliz? Então, comparação ridícula, mas estou sentindo como se as nossas vidas estivessem assim! Amanhã será o último capítulo oficial. A noite terá a “festa” de confraternização do elenco e durante as próximas semanas, terão pequenos flashbacks de como tudo aconteceu. Quem sabe daqui uns 10 anos, a gente não faz o nosso próprio vale a pena ver de novo? Hahahaha

Agora, falando sério. Amanhã é o último dia de aula. E eu só quero deixar marcado, que eu aprendi muito com todos que passaram por essa turma. E em especial ao Terceiro Ano de 2008, nós SOMOS uma turma tão divertida e tão animada, nada do que vivemos passou despercebido. Está tudo guardado. Tudo mesmo. Cada fala, brincadeira, discussão, briga, risos... Sei que quase ninguém vai ver esse texto, mas eu quero agradecer a todos que fizeram parte dessa turma nesses anos, e dizer que eu desejo tudo de melhor pra cada um. Sei que temos nossas diferenças e características, mas eu espero que todos alcancem seus sonhos e se realizem de alguma forma. Afinal, toda novela tem um final feliz, certo? ;)

Espero também que esses anos todos de convivência tenham valido tanto a pena para todos, assim como valeu pra mim!

A melhor lembrança é aquela que construímos com nossas experiências, sejam elas boas ou ruins. Ser jovem é isso, aprender a ser feliz, errando. Nós, jovens vivemos errando para tentar encontrar a felicidade. E é errando que nós aprendemos a ser felizes. Tirando proveito de tudo. E é assim que construímos laços. Aproveitando tudo de diferente que a vida nos proporciona.

E é assim que eu resumo o nosso final de ano. Com a esperança de que isso não foi nem está sendo em vão. O que fica é a saudade!

Que venha a formatura e reunião de 10 anos de formandos! :D

ô uô... listen to the music: no such thing – john mayer

saudades, ;*