terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ah, se eu fosse Cecília Meireles...

Eu escreveria um romance pessimista. Com direito a mocinha, mocinho e vilão. Usaria toda a minha sensibilidade para falar de temas insensíveis. Porém sem fugir do clichê, falaria sobre dor, amor e sobre o rumo que a vida dá ao sonhador.

O sonhador seria apaixonado pela mocinha. E de tão grande o amor sentido, o pobre sonhador não revelaria a ninguém o tal sentimento. Pois ao contrário do vilão, o importante para o sonhador é ver a mocinha feliz, seja do jeito que a vida desejar. E ao contrário do mocinho, o sonhador não tem disposição para lutar por um amor.

O sonhador é sonho, é ousadia. Ele não quer ser da mocinha, apesar de amá-la. Ele quer ser do mundo, pois em semelhança de tamanho, o mundo é o que chega mais perto dos seus sonhos.

Ah, os sonhos... O que o sonhador faz de melhor, sonhar... Sonhar com o que ele ainda não viu e imaginar como se fosse uma viagem.

E de tanto viajar, ele viraria um viajante. Que sairia pelo mundo, transformando seus sonhos em histórias e espalhando as mesmas pelos quatro cantos.

O sonhador teria uma história que seria a sua mais emocionante. A história de uma mocinha, um mocinho e um vilão. Aquele tipo de história que dá vontade de ouvir várias vezes, só para escutar o final feliz e acreditar que um dia ele pode acontecer.

Para uma história nos fazer acreditar no final feliz, ela tem que ser muito boa. A maior parte do povo é desiludida e sofrida. O próprio sonhador não acredita. Mas pelo amor que sente pela mocinha, preferiu sonhar que o seu final seria o mais feliz possível. (Ele nunca mais teve notícias da mocinha, afinal, ela é muito pequena comparada com o mundo).

É visível, no fundo, o otimismo faz parte do sonhador.

Admito que meu romance pessimista teria final feliz. Meu romance seria totalmente influenciado pelas histórias do sonhador. Sua gotinha de otimismo seria a essência. E o toque final, seria o amor. Pois não existe pessimismo que dure, quando fazemos algo com amor.

Se você não sabe, eu conto. O segredo de um sonhador está na utopia que ele vive. O sonhador sonha com amor. E é com amor que ele conta as suas histórias. Este é o segredo do final feliz inventado pelo sonhador para a mocinha.

Pena que eu ainda não saiba o final feliz da mocinha, cabe a cada um, imaginar.

Ah, pena que Cecília Meireles não vivia de romances. Mas sorte a minha, eu vivo de utopias!

ô uô... listen to the music: sem música x(

beijo para todos, sonhadores ou não ;*

Um comentário:

Tata disse...

Nossa! Dois meses sem atualização! Certinho! ^^

Hum.. eu acho que se você fosse Cecília, você teria uma leve tendência ao Barroco.
Sabe, ainda bem que você nem é ela. ^^
Prefiro a Ferr pseudo-machadiana.


XD